Passamos
a vida acadêmica vendo nomes de grandes pessoas que foram agraciadas com também
grandes prêmios por sua brilhante intelectualidade. Outros, igualmente
brilhantes, somente foram reconhecidos após a sua morte, e muitos novos continuam merecendo os nossos aplausos. Algumas outras grandes mentes trabalharam e são reconhecidas juntamente com outro grande nome. O Biomedicina em Ação
reuniu (em ordem alfabética, e não de importância) 21 grandes mentes que
contribuíram para as ciências da saúde, em algumas áreas específicas como
biologia, medicina e química, já que como nos dizia uma professora nas aulas de
genética e biologia molecular: “é sempre bom ver a cara do sujeito que
descobriu”.
1
– Adolfo Lutz
Adolfo
Lutz foi um médico sanitarista do Rio de Janeiro, doutor pela Universidade de
Berna, e seu nome é até hoje relacionado à doenças epidêmicas e endêmicas no
Brasil, assim como trabalhos sobre entomologia médica, protozoologia e
micologia. Em 1892, foi fundado o Instituto Bacteriológico e do
laboratório de Análises Químicas e Bromatológicas, com a incorporação do
Instituto Vacinogênico, do Laboratório Farmacêutico e dos Hospitais Públicos
então existentes. Dr. Adolfo Lutz foi indicado para a direção do Instituto, o
que marcou o início da Microbiologia no Brasil. Posteriormente, o Instituto
Bacteriológico fundiu-se com o Laboratório Bromatológico, e esta fusão acabou recebendo o nome deste
ilustre cientista: Instituto Adolfo Lutz
- IAL.
Informações: IAL.
2
– Albert Sabin
Albert
Sabin nasceu numa pequena aldeia polonesa, na época pertencente à Rússia. A
perseguição russa contra os judeus fez com que sua família emigrasse para os
Estados Unidos em 1921. Começou na odontologia, migrando para a medicina. Em
1931, Sabin completou o doutorado em medicina, na Universidade de Nova York. Foi
no Instituto Rockfeller de Pesquisas Médicas que Sabin demonstrou o crescimento
do vírus da poliomielite em tecidos humanos e logo depois, comprovou a eficácia de uma vacina oral contra
o vírus. Esteve no Brasil diversas vezes ajudando no combate à doença. Albert
Sabin morreu de ataque cardíaco, aos 86 anos, em sua casa em Washington.
Informações: UOL.
3
- Arthur Kornberg
Arthur
Kornberg nasceu em 1918, no Brooklyn. Foi um bioquímico que se dedicou
principalmente ao estudo de enzimas, campo em que realizou sua descoberta de
maior importância. Trata-se da descoberta da DNA polimerase I, em estudos com
E. coli, o que possibilitou a síntese in vitro de uma molécula de DNA. Isto é
atualmente utilizado na Reação em Cadeira da Polimerase (PCR). Kornberg foi
agraciado com o Prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina em 1959 por seus trabalhos
com a replicação biológica dos ácidos nucléicos.
Informações: Biofrafías y Vidas.
4
– Carlos Chagas
Filhos
de fazendeiros, Carlos Chagas estudou medicina no Rio de Janeiro, colaborou nos
esforços para a erradicação da malária na cidade de Itatinga, em São Paulo, em
obras de saneamento na Baixada fluminense. Formulou a teoria da transmissão
domiciliar da malária. Dedicou-se também à pesquisa de outras doenças endêmicas
na região, chegando, através da presença do inseto barbeiro, a descrever o
tripanossoma - o protozoário causador da doença - dando-lhe o nome de Tripanossoma cruzi, em homenagem ao
mestre Oswaldo Cruz. Por sua brilhante atuação na ciência, recebeu prêmios
importantes como prêmio Kümmel, da Universidade de Hamburgo. Seus filhos
Evandro Chagas e Carlos Chagas Filho também seguiram a carreira de
pesquisadores, e são grandes nomes brasileiros.
Informações: UOL.
5
– Charles Darwin
Charles
Robert Darwin foi um naturalista britânico que conquistou sua fama propondo a
teoria da evolução das espécies, que se dá através da seleção natural. Esta
teoria culminou no que é, agora, considerado o paradigma central para
explicação de diversos fenômenos na biologia.
O evolucionismo não era assunto novo, pois alguns teóricos já o discutiam, como
por exemplo, o zoólogo Alfred Russell Wallace. Inspirado nele, Darwin escreveu
o livro "A Origem das Espécies", publicado em 1859, onde esboçava a
teoria evolucionista. Segundo essa teoria, as espécies evoluiriam através de
sucessivas gerações, prevalecendo a mais forte. A teoria de Darwin foi
comprovada por muitos cientistas, porém, alguns pontos não se sustentaram com o
tempo, como a tese da sobrevivência da espécie mais forte. Hoje, sabe-se que
nem sempre isso acontece. Embora a teoria de Darwin seja bem aceita no meio
científico, provocou reações nos meios religiosos, adeptos da teoria
criacionista e inspirada nos escritos bíblicos, onde o homem teria sido criado
por Deus.
Informações: e-biografias.
6
– Dalton
Foi
um químico e físico inglês. John Dalton merece estar nesta lista, pois foi ele
quem propôs a teoria de que toda matéria é formada por partículas fundamentais,
chamadas átomos, e acreditava que estes eram esferas maciças e indivisíveis, de
carga elétrica neutra. Apesar de muitas das suas teorias terem sido refutadas
pelos cientistas que o seguiram, ele foi de grande importância para a base da
química, e consequentemente de toda a ciência que a envolve, inclusive as
ciências da saúde.
Informações: Explicatorium.
7
– Edwin Southern
Edwin
Mellor Southern é um biólogo e bioquímico britânico
especializado em biologia molecular, e o inventor do
teste de DNA Southern
Blot, pelo qual recebeu o Prêmio Lasker de 2005. É professor jubilado
da Universidade de Oxford e o fundador
da empresa Oxford Gene Technology, criada em 1995 para
comercialização do trabalho por si desenvolvido na técnica de DNA
microarray. Recebeu o título de sir em Junho de 2003, pelo conjunto
do seu trabalho em tecnologias ligadas ao DNA.
Informações: Wikipedia.
8
– François Jacob e Jacques Monod
Os
pesquisadores franceses François Jacob e Jacques Monod trabalharam com a
bactéria E. coli e estudaram os genes envolvidos no metabolismo da lactose
(Operon lac) e do triptofano (Operon trp). Foram agraciados com o Prêmio Nobel
em 1965.
9
– Frederick Sanger
Frederick
Sanger foi um bioquímico britânico. Nascido em Gloucestershire, na Inglaterra, em 13 de
agosto de 1918, Sanger foi uma das quatro pessoas que receberam duas vezes o
prêmio Nobel, ao lado de Marie Curie, Linus Pauling e John Bardeen. Considerado
na comunidade científica o "pai da genômica", Sanger trabalhou até os
65 anos, quando se aposentou. Sua primeira pesquisa a receber o Nobel foi sobre
a estrutura da insulina e a segunda foi a respeito do DNA. Morreu recentemente,
no dia 19 de novembro de 2013, aos 95 anos.
Informações: G1.
10
- Gregor Mendel
Foi
um monge agostiniano, nascido na Áustria em 1822. É até hoje muito importante
para a genética, sendo a sua principal teoria baseada nas características das
plantas que deviam-se a elementos hereditários, que hoje são os genes. Como
passava grande parte do tempo dedicando-se às atividades administrativas do
monastério, foi deixando de lado suas pesquisas relacionadas ao estudo da hereditariedade.
Morreu em 6 de janeiro de 1884 sem que tivesse, em vida, seus estudos
reconhecidos. Somente no começo do século XX que alguns pesquisadores puderam
verificar a importância das descobertas de Mendel para o mundo da genética. A
primeira Lei de Mendel explica que na fase de formação dos gametas, os pares de
fatores se segregam. A segunda Lei explica que cada uma das características
puras de cada de cada variedade (cor, rugosidade da pele, etc) se transmitem
para uma segunda geração de maneira independente entre si.
Informações: Toda Biologia
.
11 – James Watson e Francis Crick
Há 60 anos, em 25 de abril de 1953,
Francis Crick e James Watson descreveram pela primeira vez a estrutura do DNA,
o ácido desoxirribonucleico, a molécula em forma de dupla hélice que contém o
patrimônio genético de toda a vida. Com um artigo de apenas uma página,
publicado na revista científica britânica "Nature", os dois jovens
cientistas - Crick tinha 36 anos e Watson apenas 25 - revolucionaram o mundo da
biologia e da genética. Naquela época já se conhecia o DNA, mas não se
sabia a sua estrutura no espaço, e Watson e Crick propuseram sua estrutura
montada tridimensionalmente. Francis Crick morreu em julho de 2004, poucos
meses antes de Wilkins. James Watson ainda está vivo, com seus 85 anos.
Informações: Correio Braziliense.
12
– Kahn
Dr.
Kahn é um pesquisador reconhecido internacionalmente na área da Diabetes. A via
de sinalização da insulina praticamente foi descoberta por ele e seus
colaboradores. Recebeu os maiores prêmios científicos da American Diabetes
Association, EUA Endocrine Society, Diabetes britânicos e endócrinas Societies,
Juvenile Diabetes Research Foundation, Federação Internacional de Diabetes e
Federação Americana para a Investigação Clínica, assim como muitas outras
honras, incluindo a eleição para da Academia Nacional de Ciências e do
Instituto de Medicina. Lidera grupos de pesquisadores em várias
instituições que utilizam estudos expressão gênica e proteica para definir a
obesidade, diabetes e outros estados resistentes à insulina. Estes estudos
têm definido o papel dos genes e do ambiente no desenvolvimento da diabetes
tipo 2.
Informações: Joslin Diabetes Center (indicação de
Fernando Mafra, da página Escola de Ciências da Vida).
13
– Kary Mullis
Kary
Banks Mullis é um bioquímico estadunidense,
que foi laureado com o Prêmio Nobel de Química de 1993, pela invenção da reação em cadeia da polimerase (PCR),
muito utilizada (e agora aperfeiçoada) na biologia molecular. Um fato
interessante sobre ele, é que após receber o prêmio, ele deixou o mundo
acadêmico, e começou a se dedicar ao surf!!!
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Mullis, agora surfista! |
Informações: Wikipedia.
14 –
Lehninger
Albert
Lester Lehninger não podia ser deixado de fora desta lista. Para quem não o
conhece – o que é praticamente impossível - ele foi um bioquímico dos Estados Unidos da América, pioneiro no
campo de estudos de bioenergética.
Escreveu livros clássicos na área da Bioquímica,
a nível universitário e fez contribuições importantes
para a compreensão do metabolismo ao nível molecular. Junto com
Eugene Kennedy, descobriu em 1950 que as mitocôndrias são
o local onde se processa a fosforilação oxidativa em eucariontes.
Estabeleceu a existência de uma ligação entre o ciclo dos ácidos tricarboxílicos e
o catabolismo de ácidos graxos na célula.
Durante os anos seguintes, e graças à melhoria nos processos de separação de
componentes celulares por centrifugação, Lehninger conseguiu atribuir uma
localização intracelular a cada um dos processos
metabólicos mais importantes. Junto com Morris
Friedkin mostrou a existência de ligação entre diversas vias
metabólicas pela coenzima NADH e o papel da mesma como fonte de elétrons na redução do oxigênio molecular
na respiração celular.
Informações: Wikipedia (indicação de Fernando Mafra, da
página Escola de Ciências da Vida).
15
– Louis Pasteur
Louis
Pasteur foi um cientista francês que fez descobertas que tiveram uma grande
importância tanto na área de química quanto na de medicina. Foi ele quem criou
a técnica conhecida hoje como pasteurização. É lembrado por suas notáveis
descobertas das causas e prevenções de doenças, entre as quais pode-se citar a
criação da primeira vacina contra a raiva. Seus experimentos deram fundamento para a teoria
microbiológica da doença. Foi
mais conhecido do público em geral por inventar um método para impedir que
leite e vinho causem doenças, um processo que veio a ser chamado “pasteurização”. Ele é considerado um dos três principais fundadores
da microbiologia, mas também fez muitas descobertas no campo da química,
principalmente a base molecular para a assimetria de certos cristais.
Indicação
de filme: “A História de Louis Pasteur”, de 1935.
Informações: UOL Educação.
16
– Marie Curie
Foi
a primeira mulher do mundo a ganhar um prêmio Nobel. É assim que começa a
maioria das biografias sobre Marie Curie, que em uma época onde apenas os
homens iam a universidade descobriu um elemento químico e iniciou uma
verdadeira revolução no meio científico. As pesquisas realizadas por Marie
Curie com a ajuda de seu marido Pierre levaram a descoberta de dois novos
elementos químicos: o polônio,
que ganhou este nome em homenagem ao país natal de Marie, e o rádio.
A pesquisa do casal abriu um novo caminho a ser explorado na pesquisa
científica e médica, levando muitos cientistas da época a estudar o assunto. A
cientista representa um cenário da época bastante complicado para as mulheres,
já que estas eram excluídas deste meio. Ela e o seu marido Pierre Curie foram
contemplados com o Prêmio Nobel de Física. Porém, Marie Curie foi chamada de
“assistente” do marido, não recebendo seu devido destaque. Anos depois,
tornou-se a primeira mulher com título de doutora a dar aula em universidades,
e em 1911 foi contemplada (agora sozinha), com o Prêmio Nobel de Química.
Informações: Explicatorium e Biomedicina em Ação
(postagem em homenagem ao Dia da Mulher).
17
– Oswaldo Cruz
Filho
do médico Bento Gonçalves Cruz e de Amália Taborda de Bulhões Cruz, Oswaldo
Cruz nasceu no dia 5 de agosto de 1872, em São Luís de Paraitinga, São Paulo. Aos
15 anos, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Antes de
concluir o curso, já publicara dois artigos sobre microbiologia na revista Brasil
Médico. Em 24 de dezembro de 1892, formou-se doutor em medicina, com a tese Veiculação
Microbiana pelas Águas. Seu interesse pela microbiologia levou-o a montar
um pequeno laboratório no porão de sua casa. Contudo, a morte de seu pai, no
mesmo ano de sua formatura, impediu o aprofundamento de seus estudos por um
tempo. Somente em 1896 pôde realizar o seu sonho: especializar-se em
Bacteriologia no Instituto Pasteur de Paris, que, na época, reunia grandes
nomes da ciência. Ao voltar da Europa, Oswaldo Cruz encontrou o Porto de Santos
assolado por violenta epidemia de peste bubônica, e logo se engajou no combate
à doença. Também foi conhecido por trabalhar contra a febre amarela.
Informações: Fiocruz.
18
– Robert Koch
Foi
um dos fundadores da microbiologia, o primeiro a descobrir o agente do
carbúnculo e o bacilo da tuberculose (Bacilo de Koch). Suas teses não
aumentaram a expectativa de vida e melhoraram a saúde da população apenas na
Alemanha, mas continuam, até hoje, sendo consideradas verdadeiros fundamentos
da microbiologia moderna. Koch recebeu prêmios (como o prêmio Nobel de Medicina
em 1905) e medalhas, doutorados honorários das Universidades de Heidelberg e
Bologna, cidadania honorária de Berlin, Wollstein e sua cidade natal de
Clausthal e associações honorárias em sociedades culturais e academias em
Berlin, Viena, Posen, Perugia, Nápoles e Nova York. Ele ganhou a ordem da Coroa
Alemã, a Grande Cruz da Ordem Alemã da Águia Vermelha (a primeira vez que esta
distinção foi dada a um médico), e ordens da Rússia e Turquia. Faleceu em 27 de
Maio de 1910.
Informações: DW e Ministério da Saúde – Centro Cultural
de Saúde (Revista da Vacina).
19
– Shinya Yamanaka
Shinya
Yamanaka é um médico japonês, pesquisador de células-tronco adultas.
Foi laureado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de
2012, juntamente com John Gurdon, "pela descoberta de que
células maduras podem ser reprogramadas de modo a tornarem-se
pluripotentes".
Informações: e-Biografias.
20
– Vital Brazil
Vital
Brazil foi um importante médico cientista, imunologista e pesquisador biomédico brasileiro, de
renome internacional. Descobriu o soro
anti-ofídico (obtido a partir de anticorpos do sangue do cavalo)
. Foi diretor do Instituto Butantã em São Paulo, Fundou e dirigiu o Instituto
Vital Brasil em Niterói, Rio de Janeiro, dois importantes centros de pesquisas,
estudo e produção de soro e medicamentos.
Informações: Wikipedia (indicação de Fernando Mafra, da
página Escola de Ciências da Vida).
21 – Werner Arber, Hamilton O.
Smith, e Daniel Nathans
Estes
três cientistas isolaram pela primeira vez, em 1968, uma enzima de restrição.
Isso ocorreu quando trabalhavam na Johns Hopkins University, nos Estados
Unidos. Em 1978 os três receberam juntos o prêmio Nobel.
Informações: R. Maristela (slide).
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