Durante tempo difíceis e de pandemia como
o que estamos vivendo agora, é muito propício falarmos e até mesmo sofrermos os
impactos do estresse. Convém lembrar, que o estresse por si só não é maléfico,
ele rompe com o equilíbrio ou homeostase, e é bom que tenhamos este estado em
determinadas situações para elevar os batimentos cardíacos, vasoconstricção e
outros sinais do sistema nervoso autônomo simpático que é aquele responsável
pelo processo conhecido como luta ou fuga. Além disso, no período de estresse
ocorre a liberação de hormônios como o cortisol, e de catecolaminas como a
adrenalina e a noradrenalina que contribuem para produzir a ação simpática.
Nos
dias de hoje, não precisamos correr de um animal feroz como antigamente nossos
ancestrais faziam, todavia precisamos “lutar e/ou fugir” por causa de outros
estressores. Existem vários tipos de estressores como exemplo, podemos citar o
estressor físico como expor o organismo a temperaturas extremas como o frio ou
calor excessivo, a atividade física, ou o estressor emocional como
comportamentos de raiva, aborrecimentos e outros. Sabemos que além dos tipos,
existem fases de estresse e são elas a alerta, a resistência e a exaustão.
Atualmente,
diversos trabalhos científicos mostram que o estresse na fase de exaustão
também denominado crônico, ou seja, a longo prazo pode acarretar no
aparecimento de algumas doenças, uma vez que induz a inflamação e contribui
para o aparecimento de hipertensão, obesidade, depressão e até mesmo demências. O biomédico, atuando como pesquisador
em sua essência, pode atuar na psicobiologia, colaborando com o entendimento do
funcionamento das vias de estresse com a liberação de hormônios e
neurotransmissores a nível laboratorial e clínico através de pesquisas e
estudos.
O que podemos resumir de todo esse
assunto, é que o estresse por si só não é ruim, mas sim o sem excesso uma vez
que o estresse crônico e não regulado pode levar a danos nos indivíduos como
por exemplo transtornos mentais e o biomédico pode contribuir além dos estudos
e pesquisas para buscar mais evidências sobre como se dá essa regulação, mas
também pode agir como um multiplicador, estimulando mudanças de estilo de vida
para uma melhora na saúde como a redução do estresse emocional e prática
regular de atividades físicas que ajudam a regular o hormônio do estresse e
ainda contribuem para a boa saúde física e mental. Meditar, relaxar e praticar
atividade física são exemplos de atividades prazerosas que podem ser
incorporadas diariamente, começar com 30 minutos diários é o recomendado e
assim, evitaremos os prejuízos do cortisol elevado e os impactos negativos na
saúde.
Texto de autoria de Ana
Beserra, biomédica, mestre em ciências, doutoranda em saúde mental. CRBM
17222.