Hoje, dia 8 de março é o Dia
Internacional da Mulher, e o blog Biomedicina em Ação quis homenageá-las com
esta postagem especial. Para isso, nada melhor do que falarmos da atuação da
mulher na Biomedicina, e sobretudo sobre a sua evolução no mercado de trabalho.
Renata Mendes, em um texto
que se encontra no site do SINBIESP (Sindicato dos Biomédicos Profissionais do
Estado de São Paulo), destaca inicialmente a evolução do profissional
biomédico. Há tempos o biomédico se viu limitado à ciência básica e às análises
clínicas, ofuscado atrás de uma bancada, sem nenhum reconhecimento pelo seu
incrível trabalho. Hoje já se conquistou muito, e temos o direito de optar por
diversas áreas de atuação. Em conjunto a esta evolução da profissão, as
mulheres também foram ganhando seu espaço, contribuindo maravilhosamente bem
para as diversas funções as quais se propuseram. Um simples exemplo disso é o
aumento da porcentagem de mulheres nas salas de aula nos cursos de Biomedicina
(e os demais cursos da saúde).
Em contrapartida, muitos
defendem que o acesso e a procura das mulheres pela área acadêmica continuam
limitados. Alguns anos atrás, Lawrence Summers, ex-reitor de Harvard,
fez com que esta questão do preconceito entre sexo fosse novamente levantado.
Em uma conferência, Summers disse que as mulheres teriam menos aptidão que
os homens para a ciência. Obviamente, foi grande a polêmica em torno deste
comentário, o que chamou a atenção de muitos críticos e inspirou estudos sobre
o assunto. Um deles foi publicado na revista científica PNAS ("Proceedings
of the National Academy of Sciences"), em que Stephen Ceci e Wendy
Williams, da Universidade Cornell, EUA, afirmam que “o preconceito contra
mulheres na ciência é, sobretudo, institucional”, e que houve um aumento na
taxa de mulheres cientistas desde a década de 1970, mas que ainda não se pode considerar
uma igualdade por conta da “discriminação institucional”.
Este é um problema que data
desde o século passado, quando a cientista polonesa Marie Curie e seu marido, o
também cientista Pierre Curie, foram contemplados com o Prêmio Nobel de Física.
Porém, Marie Curie foi chamada de “assistente” do marido, não recebendo seu
devido destaque. Anos depois, tornou-se a primeira mulher com título de doutora
a dar aula em universidades, e em 1911 foi contemplada (agora sozinha), com o
Prêmio Nobel de Química.
Em pesquisa realizada por Luci
Muzzeti, professora da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Araraquara,
há sim um maior número de mulheres nas áreas de Ciências Biológicas e Ciências
da Saúde, mas isto deve-se a um fator hierárquico, ao qual as ciências exatas
como física e economia são ditas como áreas de “mais prestígio do que outras”.
Enfim, são muitas as
opiniões e estudos que se contrapõem, mas o que deve ser comemorado hoje é que
de fato as mulheres atualmente são mais respeitadas, e sim, todas têm a mesma
aptidão para o desempenho de funções que antes não lhe eram cabíveis. Elas
estão cada vez mais buscando o conhecimento e conquistando maior reconhecimento
no mercado de trabalho.
E como disse Renata Mendes
em seu texto, “independente da área, a mulher biomédica está a cada dia conquistando
seu espaço, que é dela por direito e mérito. E de toda esta conquista, a maior
eu diria, é a de seguir como guerreira profissional, sem deixar de lado sua
sensibilidade e sua essência feminina.”.
O Biomedicina em Ação
parabeniza todas as mulheres pelo seu dia, sobretudo as que amam a profissão
que escolheram e exercem-na com ética, confiança, profissionalismo e com muito amor.
Fontes:
SIS Saúde - Instituições discriminam mulheres cientistas. (2011)
The Harvard Crimson - HEMEL, Daniel J. Summers' Coments on Woman and Science Dare Ire. (2005)
G1.com - NOGUEIRA, Pablo. Mulheres cientistas ainda sofrem com esteriótipos no meio acadêmico. (2011)
SINBIESP - MENDES, Renata. A mulher biomédica no mercado de trabalho. (2011)
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