Tive o prazer de
entrevistar o Prof. Valdemir Tadei Bogas, biomédico formado pela Barão de Mauá,
iridólogo, especialista em Spiral Taping, reflexologia, hipnose,
auricoloterapia. Além disso, é pesquisador e em breve lançará seu livro sobre o
Spiral. Confira!
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BLOG: Quando e onde o
senhor se formou?
PROF.
VALDEMIR BOGAS: Eu me formei em 2006, na Barão de Mauá, em
Ribeirão Preto.
BLOG: Em que área o
senhor se especializou?
PROF.
VALDEMIR BOGAS: Esta é uma história até interessante. Comecei
na acupuntura em 2004, onde eu tive uma pessoa me falou assim: “vamos fazer um
curso de ‘tirar a dor com esparadrapo?’ ” Logo de cara a gente acha esquisito
né? (risos) Mas concordei em fazer. Acabei fazendo o curso, gostei e de lá para
cá eu não parei mais. Depois disso, fiz mais dois cursos em São Paulo. Estou
abrindo esse ano uma turma em Santos. Tive essa oportunidade com um professor,
que ainda não conhecia a técnica, que se chama Spiral Taping. Daí, eu fui me
aperfeiçoando. Fiz reflexologia, hipnose, auriculo, e depois cheguei na
iridologia.
BLOG: O que levou o
senhor a escolher a biomedicina?
PROF.
VALDEMIR BOGAS: Ah, eu sempre gostei da área da saúde! Sempre
gostei de ser analista. Eu sou muito observador... vamos dizer que eu ‘fuço’
muito (risos). A intenção era fazer medicina, mas pensei em entrar na
biomedicina para ver se eu me adaptava. Eu tenho um padrinho, químico, que me
ajudou muito quando terminei o 3º grau. E eu
acabei gostando da profissão. Hoje eu amo a Biomedicina, apesar de eu trabalhar
mais com a Medicina Chinesa, mas eu sempre estou no laboratório aprendendo
muito.
BLOG:
O que exatamente é a iridologia, e o que o
profissional biomédico deve fazer para se especializar nesta área?
PROF.
VALDEMIR BOGAS: A iridologia é uma técnica preventiva.
Através da análise da íris do olho, você vê no cidadão o que aconteceu, o que
está acontecendo, e o que ainda vai acontecer. E assim, faz-se a programação do
tratamento, com ervas, remédio... Quando o caso é mais complicado, e percebe-se
isso, passamos para o médico para que ele indique o medicamento e peça os
exames complementares. Isso porque na íris consegue-se ver um câncer, uma
disfunção na tireoide, um colesterol alto (não consegue-se ver os níveis).
Através de exames complementares, tem-se a certeza do problema. Por isso
acredito que ninguém trabalha sozinho. Todas as modificações do nosso organismo
refletem na íris, e os exames vão comprovar aquilo que o paciente realmente
tem. Então, foi muito importante a minha formação como biomédico, para ter
noção de exames, qual exame deverá ser feito.
Há também a iridologia
comportamental, a qual eu pretendo fazer em novembro. Farei um curso em Lisboa
e outro Madri, com o melhor especialista da Europa.
Qualquer cidadão comum pode fazer
um curso de iridologia. Agora, uma pessoa com formação em biomedicina conhece o
funcionamento do organismo, pois temos o conhecimento de anatomia, bioquímica,
o que auxiliará muito no atendimento ao paciente. A minha formação em
biomedicina é a base, sem ela eu não faria nada.
BLOG:
A iridologia está intimamente ligada à acupuntura,
ou ambas as áreas não possuem quaisquer relação?
PROF.
VALDEMIR BOGAS: Ela é uma área da acupuntura. Na acupuntura
há inúmeros tratamentos, mais de 200 tipos de terapias. E quem entra nesta
área, apaixona-se.
BLOG:
O senhor está trabalhando agora em um livro e em uma
pesquisa relacionada à qualidade da água. Pode nos falar suscintamente sobre os
dois projetos paralelos?
PROF.
VALDEMIR BOGAS: Sim. O Spiral Tape é muito interessante, e só
existem 4 livros no Brasil. A literatura é toda japonesa. É não há na
literatura brasileira porque é uma técnica nova. Por isso, estou escrevendo um
livro sobre ‘como tirar a dor com esparadrapo para profissionais na área da
saúde’.
Quanto à pesquisa, isso é muito
importante. Hoje o tratamento, principalmente na iridologia, acontece à base de
alimentos e de água. Se não temos água de qualidade, nada adianta. Então, para
a minha pesquisa eu comparo os tipos de água (do meio rural, galão, torneira),
para ver qual água é a melhor. Com a iridologia eu vejo qual órgão possui uma
disfunção (porque a iridologia não vê a doença em si), e como trabalho com
fitoterapia e também com o tipo sanguíneo do paciente, passo a alimentação mais
adequada, e agora vi a necessidade de incrementar a água.
BLOG:
Poucas pessoas conhecem a
técnica de Spiral Taping, na qual fitas adesivas são coladas sobre a pele, para
que haja melhoria imediata de dores, distensões, processos inflamatórios, entre
outros. Diga-nos um pouco sobre ele.
PROF.
VALDEMIR BOGAS: Eu sou apaixonado por Spiral Taping. Os
estudos estão mais focados no Japão. Veio para o Brasil em 1985, é muito
recente porque a acupuntura tem 3 mil anos! Na primeira impressão, é normal um
certo receio, e achar tudo muito esquisito, mas depois você começa a trabalhar
e ver os resultados, porque o próprio organismo reage. Quando aplica-se um
esparadrapo, estimula-se o organismo a provocar esta reação. Até aconteceram
coisas muito interessantes, que eu fiquei surpreso, e pensei: “como eu fiz
isso”? (risos). Foram dois os casos interessantes que aconteceram: consegui
abaixar a febre de uma criança só com o esparadrapo, e em outra ocasião, usando
dois pontos básicos de acupuntura, o paciente melhorou de uma dor de estômago.
O esparadrapo é apenas o coadjuvante melhorando a dor ou o incômodo, mas é
preciso consultar o médico para verificar a origem do problema.
Como eu disse, são 4 livros
básico publicados no Brasil, pelo Tadamassi Yamada, de São Paulo. Eu fiz curso
numa escola dele, o EOMA (Escola Oriental de Massagem
e Acupuntura), uma escola maravilhosa.
Então, estou elaborando o meu
próprio livro a nível nacional, no qual terão muitas técnicas descobertas por
mim através do trabalho diário com o Spiral Taping.
BLOG:
O esparadrapo usado tem alguma diferença do
convencional?
PROF.
VALDEMIR BOGAS: Não. É um esparadrapo normal. Você pode usar
uma outra fita adesiva qualquer, em casos onde não há o esparadrapo. Eu
descobri algo bem interessante: nos livros descrevem que 1 milímetro de fita
resolve, e eu concordo. Mas eu vejo que quanto mais larga a fita, mais rápida é
a reação. Um exemplo são os jogadores de futebol, que colocam uma fita às vezes
discreta, mas e ele colocasse o convencional band-ade o resultado seria mais rápido pela sua largura.
Na maioria das vezes o
esparadrapo ajuda sim, mas em alguns casos é importante o acompanhamento
médico. Mas consegui a melhora da sinusite e da rinite com o Spiral. Já
aconteceu de eu colocar o esparadrapo (e isso não existe em livros), e o
paciente soltar toda a secreção nasal.
BLOG:
Atualmente o senhor atende como iridólogo em uma
clínica na cidade de São Sebastião do Paraíso, interior sudoeste de Minas
Gerais, atende também em uma farmácia na mesma cidade. É ainda será professor
na cidade de Santos. Como é conciliar todas as funções e realiza-las com
sucesso?
PROF.
VALDEMIR BOGAS: Sim, eu sou atendente de farmácia. Também sou
apaixonado pela polícia. Eu trabalho na região, prestando serviço nas
Companhias de Polícia. Sempre que vou viajar, procuro uma companhia, ofereço
meu serviço de orientação, sem qualquer vínculo empregatício. Para mim é um
prazer muito grande. Hoje atendo na minha cidade também o Corpo de Bombeiros,
onde tive a oportunidade pelo Sargento Resende, de orientar, porque essa é a
principal função do “biomédico-terapeuta”. Além disso, estou montando a turma
de alunos em Santos, em um Instituto de lá.
Olha, quando estou em casa eu
ainda arrumo tempo para ler, veja o quanto gosto de estudar (risos). Gosto
muito de TV, mas o meu hobby é ler e como sou pesquisar, gosto de observar o efeito do esparadrapo nos pacientes (que tem
de 0 a 40 minutos para agir).
BLOG:
O que de mais importante o aluno deve fazer durante
a graduação, para que tenha maior sucesso depois de formado?
PROF.
VALDEMIR BOGAS: O que ele deve fazer? Estudar bastante
(risos). Porque a nossa área é maravilhosa, e tem um campo muito aberto. O biomédico
pode ser um perito criminal, pode fazer bioquímica, análise de água/ambiental
(que hoje é um campo muito bom). Pena que na Biomedicina é preciso estudar
muito (risos). Eu sou apaixonado por parasitologia, não muito fã de
microbiologia, mas hoje você tem que saber um pouco de cada um. Para aquele que
ainda vai chegar na Biomedicina, a minha dica é: procure conhecer. Procure um
laboratório, antes de entrar na área, peça explicação, porque na biomedicina
você realmente fica isolado, e tem pessoas que não gostam disso, já que é
preciso muita concentração, muita paciência. A Biomedicina é feita de detalhes.
Se você coloca um pouco mais de reagente, vai ter um problema, além da
importância da averiguação de informações do paciente para se realizar um
exame.
Eu amo a minha profissão. É uma
profissão que se pode fazer tudo! Não é muito valorizada, na minha região os
profissionais não ganham bem. Aconselho os biomédicos depois de formados,
fazerem uma pós-graduação, daquilo que eles gostam, porque isso atualmente é
necessário. Eu estou indo para fora do país fazer a minha em iridologia. Porque
por incrível que pareça, quanto mais você estuda, mais você procura saber.
BLOG:
Há sempre uma polêmica no que se diz respeito à
atual posição dos médicos perante outros profissionais da saúde, e recentemente
isto pode ser observado com a aprovação do Ato Médico. Qual a sua opinião sobre
isso?
PROF.
VALDEMIR BOGAS: Eu acho um absurdo, porque um depende do
outro. O médico sem o biomédico não é nada. Essa relação é superimportante. Os
médicos, infelizemente, se acham no topo, tanto é que todas as outras
profissões foram contra o Ato Médico. Todas as profissões têm o seu valor, e
todos querem os mesmos direitos. Mas os médicos estão querendo impor, ser
melhor do que todo mundo. Claro, eles também têm os seus valores, nós
respeitamos, mas o direito é para todos. Nós temos um conhecimento muito maior
em microbiologia, parasitologia, somos especialistas em bioquímica. Então, eu
não acho correto de forma alguma o médico querer fazer tudo o que os outros
fazem, acho que cada um tem o seu lugar e a sua importância, porque cada um se
especializou para isso. São poucos os médicos que conversam com o biomédico.
Deveria haver uma maior união, porque o biomédico descobre, o médico cura, e a
população precisa dos dois. Essa rivalidade é muito ruim para nós.
BLOG:
Sobre o piso salarial, houve até mesmo uma
reivindicação que se iniciou com estudantes de Biomedicina, o senhor acredita
que o piso salarial é importante, ou não faria qualquer diferença?
PROF.
VALDEMIR BOGAS: É muito importante. Todos os profissionais
devem ter o seu piso salarial, porque valoriza o profissional. Aqui na minha
região, o biomédico não é valorizado. Hoje o biomédico ganha muito pouco. Você
estuda 4 anos e tem um salário desse? Isso seria essencial.
BLOG:
Na sua opinião, qual a contribuição da Medicina
Chinesa para a melhoria e preservação da saúde humana?
PROF.
VALDEMIR BOGAS: Primeiramente, a Medicina Chinesa trata os
órgãos. A nossa medicina convencional, trata a doença. A medicina chinesa é
mais preventiva, tanto que na China, usa-se a acupuntura como prevenção. Se
seus órgãos estão bem, se você se alimenta bem, você não ficará doente. Na
medicina chinesa, eu tentei me acostumar com a acupuntura (com agulhas), mas
não consegui, por isso trabalho com acutone (é um aparelho que através de ondas
sonoras provocam os estímulos nos pontos de acupuntura) e acupuntura auricular.
Para mim, a Medicina Chinesa é
maravilhosa, justamente porque é preventiva. Ela entrou na minha vida, e eu não
saio mais dela (risos). Procuro agora aperfeiçoar aquilo que eu já sei.
BLOG:
O senhor comentou que fará
uma viagem à Lisboa e à Madri, para aprimorar seus estudos. Em sua opinião,
qual a importância de o biomédico estar sempre buscando conhecimento em grandes
centros de referência e até mesmo em outros países?
PROF.
VALDEMIR BOGAS: As pesquisas em países de primeiro mundo
estão muito mais avançadas, além de que as tecnologias também são importantes.
A biomedicina é a área onde se tem mais pesquisas. A Europa está há muitos anos
na nossa frente, os avanços da medicina estão fora do país. Como exemplo, a
iridologia veio há pouco tempo para o Brasil. Lá, está tudo mais avançado, há
técnicas novas. Então, a importância de fazer cursos fora do país é que nós
somos pesquisadores, analistas, e hoje tudo gira em torno disso.
BLOG:
É natural que o biomédico
formado trabalhe inicialmente com análises clínicas. Com o senhor ocorreu o
mesmo, ou já foi direto para a iridologia e Spiral Taping?
PROF.
VALDEMIR BOGAS: Eu fiz análises clínicas, mas já pensando em
sair (risos). Depois que eu fiz curso de Spiral, aí que eu quis ir mesmo. Quem
entra na Medicina Chinesa, nunca mais sai. Mas não abandone a nossa profissão,
porque ela é essencial.
BLOG:
Como é o mercado de
trabalho em Minas Gerais, sobretudo em uma cidade pequena como São Sebastião do
Paraíso? O senhor acredita ter muita diferença, principalmente em remuneração?
PROF.
VALDEMIR BOGAS: Sim, há muita diferença. O estado de Minas, é
um estado maravilhoso para se morar, tem um povo muito bom. Faz 30 anos que
moro aqui. Eu sou do interior de São Paulo, da cidade de Rio Preto.
Mas Minas Gerais está atrasada em
muitos pontos: o salário, tecnologia... Até o atendimento em iridologia. Eu não
consigo atender somente aqui em Minas, porque o mineiro é muito bom, mas é
também muito desconfiado (risos). Estou indo para Batataís, Ribeirão Preto e
São Paulo. Aqui, você mal consegue uma consulta por R$50,00. Em Ribeirão é
R$200,00 [...]
Considerações finais:
Primeiro,
quero agradecer a você pela visita. É um orgulho muito grande ser biomédico e
de ter tido excelentes professores em Ribeirão, que até hoje mantenho contato,
e considero a Barão de Mauá uma das melhores faculdades do Brasil. O segredo da
Biomedicina é estudar. Para chegar longe é difícil, e tem que estudar desde o
primeiro dia.
Gostaria
de mandar um abraço a todos. O meu recado é que todos estudem bastante,
procurem saber mais antes de entrar na área. Nós somos muito importantes, mas
infelizmente não temos o valor que deveríamos.
Eu agradeço ao Prof. Valdemir pela oportunidade de conhecê-lo, pela consulta, pela amizade e principalmente por aceitar participar do Biomedicina em Ação.
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