A Ana Paula Martins enviou a nós uma foto
em que ela, junto com a sua turma de Biomedicina da FIT/UNAMA, visitaram o
Laboratório de Anatomia da UEPA. Segundo ela “foi uma experiência incrível” e
ela quis eternizar esse momento através do Biomedicina em Ação!
Bacana né?! Quer participar do blog? Faça
como a Ana Paula, envie também a sua foto! Saiba mais
clicando aqui.
O Biomedicina em Ação sempre abriu espaço
para troca de experiências, e para que todos possam interagir com nossos
leitores. Por isso, recebemos um e-mail do Danilo, aluno de graduação da Unip,
Campus Assis. Ele escreveu sobre um assunto de grande importância,
principalmente agora em novembro: o câncer de próstata. Confira o texto:
“Segundo o INCA (Portal Nacional de
Câncer) no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os
homens.
A próstata é um órgão que faz parte do aparelho reprodutor
masculino e sua principal função é produzir parte do líquido que forma o sêmen.
O principal fator de risco para o câncer da próstata é a idade e o histórico
familiar.
Existe tratamento e acompanhamento para tratar e evitar o
câncer de próstata.
Os Biomédicos que atuam em Laboratórios de Análises
Clínicas dosam uma proteína chamada Antígeno Prostático Específico (PSA) que é
realizado através da coleta de sangue venosa para saber se existe uma alteração
evidenciando um câncer de próstata assintomático.
É importante que o paciente siga as instruções de pré
coleta 3 (três) dias antes da realização do exame, para evitar que afaste o
diagnóstico precoce da doença.
Em caso de dúvidas procure o seu médico, o
diagnóstico precoce preserva o seu futuro.”
Danilo Leônidas Ferreira da Silva, Acadêmico de Biomedicina
pela Universidade Paulista - UNIP Assis
Já imaginou usar a microbiologia na confecção do jeans? E
mais, de uma forma sustentável que possa minimizar os resíduos tóxicos e os
gastos associados a eles.
O
jeans sempre foi muito popular, principalmente o jeans azul Denim, desde que
Levi Strauss e Jacob Davis, em 1873, produziram pela primeira vez para
mineradores de ouro da Califórnia. Hoje, o denim macio e desbotado é
produzido pelas empresas com auxílio de enzimas celulases, provenientes de um
fungo chamado Trichoderma.
As
celulases, como o próprio nome sugere, digerem parte da celulose do algodão e,
ao contrário de muitas reações químicas, essas enzimas atuam em temperaturas e
pHs seguros. Além disso, as enzimas são proteínas e, portanto, facilmente
degradadas para a remoção do esgoto industrial.
E
a produção de algodão também pode acontecer com menor impacto ambiental. Isso
porque existe uma bactéria chamada Gluconacetobacter
xylinus produz celulose ligando unidades de glicose em cadeias simples na
membrana externa da parede celular bacteriana. As microfibrilas de celulose são
expulsas através de poros na membrana externa, e feixes de microfibrilas se
entrelaçam, formando tiras.
Para
dar aquele efeito de desbotado, dá para usar o peróxido, que é um agente
branqueador mais seguro que o cloro e pode ser facilmente removido do tecido e
do esgoto industrial por enzimas. Os pesquisadores da Novo Nordisk Biotech clonaram
um gene de peroxidase de cogumelo em leveduras e cresceram as leveduras em
condições de máquina de lavar. As leveduras que sobreviveram foram selecionadas
como produtoras de peroxidase.
E
aquela tonalidade azul, forte, chamada índigo? Dá para fazer isso utilizando bactérias,
bem conhecidas por sinal. Biotecnologistas da Califórnia identificaram o gene da
Pseudomonas putida, uma bactéria do
solo, que converte o subproduto bacteriano indol em índigo. Esse gene foi
inserido na bactéria Escherichia coli,
que, por sua vez, se tornou azul e produzem índigo a partir do triptofano.
Ah,
e dá para fazer até o zíper usando os nossos amigos microrganismos. Cerca de 25
bactérias produzem grânulos de inclusão de poli-hidroxialcanoato (PHA) como
reserva alimentar. Os PHAs são similares aos plásticos comuns, e por serem
produzidos por bactérias, eles também são prontamente degradados por muitas
bactérias. Os PHAs podem representar um material biodegradável alternativo para
substituir o plástico convencional, feito a partir de petróleo e ser usado na
produção dos zíperes!
Incrível
né? A biotecnologia utilizando os microrganismos a nosso favor, sem prejudicar
o meio onde vivemos!
Fonte: Tortora,
G. J. Microbiologia. 12 ed. Artmed. 2016.
Nos
dias 9, 10 e 11 de novembro, acontecerá em Alfenas - MG, o IX Congresso de
Biomedicina e VI Jornada de Análises Clínicas, realizado pela Liga de Citologia
Clínica (LCC) da Unifenas. A programação está recheada de palestras, workshop e
minicurso.
Para
maiores informações, entre em contato com a LCC pelo facebook, clicando aqui.
Hoje
vamos de fisiologia! E nada mais justo do que falar sobre um evento de suma
importância para a nossa sobrevivência: o ciclo cardíaco.
O
coração é um órgão relativamente pequeno, mas de grande importância para a
manutenção de funções vitais do organismo. Considerado uma “bomba”, que ao se
contrair “bombeia” o sangue para a periferia, e ao relaxar se enche novamente
de volume. Tem como função básica garantir que o sangue chegue aos tecidos
periféricos e o aporte sanguíneo para os alvéolos de modo a permitir a troca
gasosa.
Anatomicamente,
encontra-se apoiado sobre o diafragma, perto da linha média da cavidade
torácica, no mediastino, a massa de tecido que se estende do esterno à coluna
vertebral; e entre os revestimentos (pleuras) dos pulmões. Cerca de 2/3 de
massa cardíaca ficam à esquerda da linha média do corpo. A extremidade pontuda
do coração é o ápice, dirigida
para frente, para baixo e para a esquerda. A porção mais larga do coração,
oposta ao ápice, é a base,
dirigida para trás, para cima e para a direita.
O
coração possui quatro câmaras: dois átrios
e dois ventrículos.
Átrio
direito: sangue rico em dióxido de carbono – venoso – por meio das veias cava
superior, inferior e seio coronário.
Átrio
esquerdo: sangue oxigenado, por meio de quatro veias pulmonares.
-> Ventrículos (câmaras inferiores): bombeiam o sangue para fora do
coração.
Ventrículo
direito: recebe o sangue vindo do átrio direito e expulsa o sangue por meio da
artéria pulmonar para os pulmões.
Ventrículo
esquerdo: recebe o sangue oxigenado do átrio esquerdo e expulsa para a circulação
sistêmica do corpo.
CICLO
CARDÍACO
É
denominado Ciclo Cardíaco o conjunto de eventos que ocorre entre o início de um
batimento cardíaco e início de um próximo. Cada ciclo tem início quando é
gerado um potencial de ação espontâneo no nodo sinusal, localizado na parede
superior do átrio direito, próximo da abertura da veia cava superior. Este
potencial de ação se propaga do átrio direito até os ventrículos de tal forma
que ocorre um atraso de cerca de 0,1 segundo a passagem desse impulso dos
átrios para os ventrículos permitindo que os átrios se contraiam antes, colaborando
com o enchimento ventricular antes da sua contração. Isso faz com que tenhamos
um fluxo sanguíneo coerente, se não fosse assim, o sangue iria para qualquer
lado.
O ciclo
consiste então no período de relaxamento (DIÁSTOLE), momento no qual o coração
se enche de sangue. Logo após ocorre o período de contração (SÍSTOLE). A
duração total do ciclo cardíaco é a recíproca da frequência cardíaca, como por
exemplo, se a frequência cardíaca é de 72 batimentos/min, a duração do ciclo é
de 1/72 batimentos/min.
Normalmente,
o sangue flui de forma contínua, vindo das grandes veias para os átrios, e a
maior parte do sangue que entra (cerca de 80%) flui diretamente para os
ventrículos, mesmo antes da contração atrial, devido à diferença de pressão
entre as câmaras que faz com que haja a abertura das valvas atrioventriculares.
Sendo assim, os 20% do sangue que resta vai para os ventrículos através da
contração (sístole atrial). A complementação do enchimento é importante para
que haja melhoria da eficácia do bombeamento ventricular.
O
período de enchimento rápido é o primeiro terço da diástole ventricular. Ele
ocorre porque durante a contração (sístole) ventricular, grande quantidade de
sangue se acumula nos átrios direito e esquerdo, uma vez que as valvas
atrioventriculares estão fechadas. Assim que a sístole dos ventrículos termina,
as pressões ventriculares retornam aos baixos valores diastólicos, as pressões
moderadamente altas que se desenvolveram nos átrios durante a sístole
ventricular forçam de imediato as valvas atrioventriculares a se abrirem, e o
sangue então vai dos átrios para os ventrículos. Como já dito, somente cerca de
20% do sangue chega aos ventrículos através da contração (sístole) dos átrios.
Começa
então a contração isovolumétrica dos ventrículos, aumentando a pressão interna
dessas câmaras e promovendo o fechamento das valvas atrioventriculares. Quando
a pressão dentro do ventrículo esquerdo atinge um pouco mais que 80 mmHg (e a
pressão do ventrículo direito, pouco mais que 8 mmHg), as valvas semilunares (aórtica
e pulmonar) são forçadas a abrir. O sangue começa então a ser lançado para as
artérias.
Assim,
depois que o sangue é lançado para as artérias, inicia-se de imediato o
relaxamento isovolumétrico dos ventrículos, diminuindo a pressão dentro dos
mesmos. Diferente disso, as artérias estão recebendo grande pressão, e isso acaba
causando o fechamento das valvas aórticas e pulmonar. Nesse momento, a pressão
intraventricular diminui e as valvas atrioventriculares se abrem para receber
mais sangue.
E aí...
o ciclo recomeça!
Por hoje
é só! Mas fique de olho no blog, porque ainda teremos aqui uma complementação
deste assunto. Nos próximos dias falaremos sobre pequena e grande circulação, a
função das valvas atrioventriculares e semilunares, e as bulhas cardíacas.
Bibliografia:
Hall, John E. (John Edward), 1946 –
Tratado de Fisiologia Médica [recurso eletrônico] / John E. Hall; [tradução
Alcides Marinho Junior – et al.]. – Rio de Janeiro : Elsevier, 2011.
Como sempre, vai um vídeo super bacana para ajudar na compreensão!
Que tal uma festa de Halloween com
bolos muito inusitados? Desconfio até que, para biomédicos e todo o pessoa da
área da saúde, esses bolos acabam não dando medo nenhum e são demais!!!
Os bolos são obras primas de Yolanda
Gampp, que tem um canal no Youtube (How to cake It) ensinando a fazer bolos um tanto quanto inusitados.
Dá só uma olhada!
Esta
semana, a Associação Brasileira de Biomedicina Estética – ABBME (SBBME),
divulgou uma nota de esclarecimento a respeito do pedido de anulação das Resoluções
CFBM ns. 197/2011, 200/2011 e 214/2012, que dispõem sobre a Biomedicina
Estética e requisitos para exercício destas atividades pelo biomédico.
Novamente,
o Conselho Federal de Medicina (CFM) tentando de alguma forma, monopolizar uma
área, que por direito concedido em lei, é também dos biomédicos. A decisão da Juíza
da 3ª Vara Federal do Distrito Federal é favorável ao CFM, colocando em risco a
atuação dos biomédicos.
Diante
ao exposto, o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) irá reunir-se nesta
terça-feira (11), às 15h, em Brasília, para tratar de assuntos referentes a
decisão judicial que limita a atuação do Biomédico no âmbito da Estética.
Leia
a nota de esclarecimento (clicando aqui), e inteire-se do assunto. E para quem
puder comparecer, o Conselho Federam de Biomedicina (CFBM), convida todos os
interessados a participarem.
Local: Setor Comercial Sul, Quadra 07, Bloco A, Sala 804.
Ed. Pátio Brasil - Brasília.
As DTA (doenças
transmitidas por alimentos) são consideradas um problema de saúde
pública. Segundo a Vigilância Sanitária, considera-se surto quando duas ou
mais pessoas apresentam os mesmos sinais/ sintomas após ingerir alimentos e/ou
água da mesma origem.
Os sintomas dependem do
agente etiológico envolvido e podem variar desde leve desconforto intestinal
até quadros extremamente sérios. Segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO),
a manifestação clínica mais comum das DTAs
são sintomas gastrointestinais, mas podem causar
diversos outros sintomas (neurológicos,
ginecológicos, imunológicos, falência de múltiplos órgãos e óbito).
A ocorrência de um surto
caracteriza uma falha no processamento, manipulação, preparo, transporte ou
armazenamento do alimento e sua ocorrência é de notificação compulsória para
todo o território nacional.
O perfil epidemiológico
das doenças transmitidas por alimentos no Brasil ainda é pouco conhecido, pois
a identificação dos surtos ainda é dificultada pela complexidade das
manifestações clínicas (sintomas); devido a existência de inúmeros patógenos
que podem estar associados e varias fontes/ vias de transmissão dos mesmos;
muitos surtos não são notificados ou detectados/ diagnosticados.
É importante saber que para a maioria dos patógenos
envolvidos nas DTAs não existe vacina, com exceção de alguns rotavírus e da
hepatite A.
Conheci ela no fim de
uma das melhores fases da minha vida. Essa frase pode parecer romântica se você
imaginar que tudo foi perfeito e que não tinha dúvidas do que faria dali pra
frente. Mas a melhor fase em questão era o terceiro ano do ensino médio, e a
dúvida era qual carreira seguir. Eu
tinha que prestar um vestibular, e só sabia que tinha o dom de ser cientista.
Só isso. E a Biomedicina apareceu. Lá estava ela.
Enquanto todos ao redor seguiam
para medicina, engenharia, ou algum outro curso mais conhecido, eu corri ao
encontro do meu sonho. Ninguém entendia o que era essa tal da Biomedicina, mas
ela já tinha me encantado. Foi paixão à primeira vista. Para ambas as partes.
Durante a faculdade
foram noites sem dormir, mas eu já tinha certeza de que era isso que eu queria
seguir. Passei algumas madrugadas acompanhada de Guyton, Lehninger, e outros
tantos autores. Dos livros, migrei para os laboratórios, e lá conheci todo um
universo maravilhoso.
Começamos a nos
aproximar ainda mais. A Biomedicina e eu. Com ela pude conhecer um mundo novo,
microscópico, colorido (e às vezes nem tanto). Com ela li e escrevi artigos,
estudei o sistema complemento, o ciclo de Krebs, os fatores de coagulação, quis
descobrir a cura de muitas doenças. Sei que um dia ainda consigo, com a ajuda
dela. Fizemos amigos novos e com eles vamos fazer com que mais gente
conheça a importância da nossa profissão. Sofremos com o pouco reconhecimento,
com o ato médico, com a reprovação por parte de outras profissões. Nos
alegramos quando colegas se destacam. Com a Biomedicina viajarei o mundo em
busca de conhecimento e voltarei para que mais pessoas possam ter acesso a tudo isso. Das dez técnicas que mais gosto, sete foi ela que me
mostrou. As outras três foi ela que criou. Aprendi o que era hematopoese e
também o que era cianose, forame magno (e outros forames do corpo), espécies
reativas de oxigênio, esferócitos, acantócitos, esquisóticos, CK, CKMB, bomba
Na/K, cilindro hialino, e mais um monte de bactérias (Streptococcus, Staphylococcus,
e vários bacilos gram negativos), sem falar de todos os parasitas e outras
palavras que o Word tá sublinhando de vermelho porque o Word não teve a sorte
de ser ter se formado Biomédico.
Um dia eu me formei. E
não foi fácil. Chorei mais que no final do primeiro esfregaço bem feito ou uma PCR que não dá
certo. Mas chorei de alegria. Até hoje, não tem um lugar que eu vá em que
alguém não diga, em algum momento: o que é Biomedicina? Às vezes dá vontade de
pedir para procurar no Google, mas sorrio e digo que somos cientistas e transformadores.
Parece que, para sempre, ela vai fazer parte de mim.
Essa semana, pela
milésima vez, vi o meu CRBM – não por acaso estava sobre minha mesa de estudos.
Achei que fosse chorar de alegria, como no dia da minha colação de grau. E o
que me deu foi orgulho de ter me tornado quem eu sou e por estar vivendo tudo
isso. Vou sempre buscar maior conhecimento e exercer a minha profissão com
ética e competência. Lembro-me sempre
que poder da criação é divino, mas o da transformação é nosso e descobri que na
verdade, a melhor fase da minha vida é agora. Não falta nada.
- Thassia Mariane Teodoro
(Adaptado do texto de Gregório Duvivier)