Paródia (muito boa) sobre a ineficácia dos antibióticos. Vale a pena conferir!
sábado, 27 de julho de 2013
domingo, 21 de julho de 2013
Considerando
que todos os biomédicos não são muito adeptos da bebedeira(ironia aqui), digamos que “algum
amigo” seu já deve ter entrado na bebida, e veio achando que você era obrigado
a curar a ressaca dele, porque afinal, você é um biomédico (ironia de novo)! Essa
é a hora de mostrar que você sabe tudo sobre o metabolismo do etanol. Vale a
pena conferir!
Veisalgia.
Já ouviu falar? Este é o nome correto (e mais bonito) para “ressaca”. A palavra
advém da palavra norueguesa “kveis”, que significa “mal-estar depois da orgia”
(risos), e da palavra grega “algia”, que significa “dor”. É um nome apropriado,
convenhamos, diante dos efeitos fisiológicos que a ingestão de álcool provoca.
As características da veisalgia são cefaleia, náusea, sensibilidade à luz e ruídos,
letargia, disforia e sede, e ocorrem quando os efeitos da bebida começam a
desaparecer.
Mas
vamos aos fatos. Quando o seu “amigo” bebe, o álcool entra na
corrente sanguínea, através da absorção intestinal e gástrica, fazendo com que haja o bloqueio da produção do hormônio
antidiurético (ADH) ou vasopressina, pela hipófise. O ADH é um hormônio
inibidor da diurese, e é necessário em casos onde o organismo precisa reter
líquido, mas nesta situação, se o ADH é bloqueado, há o favorecimento da
diurese. Além disso, como está havendo ingestão de líquido, consequentemente há
uma hipervolemia, e esse excesso de líquido será filtrado pelos rins e
eliminado através da urina. É esse o motivo de frequentes micções após alguns
copos de cerveja, e pela perda de líquido, ocorre a sede no dia seguinte, um
dos efeitos da ressaca.
Todo
este mecanismo é regulado por receptores osmóticos do hipotálamo. “Quando há um
aumento na concentração do plasma - o que significa que este contém pouca água
- os osmorreguladores estimulam a produção de ADH [...]”. Em
contrapartida, se há baixa concentração do plasma, significa que há muita água,
e o ADH é inibido.
Entretanto,
não é só o álcool o vilão, mas também o primeiro produto dele. Trata-se do acetaldeído, produzido no fígado pela
degradação do álcool por uma enzima chamada de Álcool desidrogenase. Após este processo, a reação continua com a
enzima Aldeído desidrogenase, e será
formado o acetato, que não é um
composto tóxico. A reação prossegue formando Acetil-CoA, que pode entrar no Ciclo de Krebs, produzindo energia, ou produzir ácidos graxos.
Dentro desta reação, há também a glutationa, uma substância essencial
na transformação do acetaldeído em acetato. Temos então que, se a ingestão de
bebida alcóolica é baixa, o álcool é convertido em acetato, e tudo está certo.
Mas, se o consumo for alto, o estoque de glutationa se esgota e, portanto, há
um acúmulo de acetaldeído, até que o fígado produza mais glutationa para ajudar
a Aldeído desidrogenase a degradá-lo. Outras enzimas também estão envolvidas no
metabolismo do álcool, e são elas: a CYP2E1 - principal componente do sistema
microssomal hepático de oxidação do etanol (MEOS); e a catalase, - localizada
nos peroxissomas dos hepatócitos, responsável por apenas cerca de 10% da
oxidação.
Outro
ponto em questão é a inibição da glutamina pelo álcool. A glutamina é um
aminoácido precursor do glutamato e do GABA, neurotransmissores respectivamente
excitatório e inibitório. Enquanto a pessoa bebe, a glutamina é inibida, e ao
parar com a ingestão, o organismo volta a produzir a substância de forma
desenfreada para tentar compensar o que não foi produzido. Se há aumento da
produção de glutamina, consequentemente, os níveis dos dois neurotransmissores
também se elevarão, o que provoca a sensação de “noite mal dormida”, pois a
pessoa não consegue atingir os níveis saudáveis de sono.
E
qual a relação entre a glicemia e o consumo de álcool? Quando não ingerimos
carboidratos, o nosso organismo produz glicose através da quebra de lipídeos
(gliconeogênese). Se a ingestão de álcool não for acompanhada pelo consumo de
carboidratos que forneceriam energia ao corpo, o organismo deveria começar a
produzir a glicose, mas isto não acontece. A explicação para isso é que, devido
à toxidade do álcool, o organismo está “preocupado” em degradá-lo mais
rapidamente que produzir energia. Ocorre então, a hipoglicemia, que pode levar
à produção de corpos cetônicos, o que é mais grave que uma “simples” ressaca,
pode levar ao coma. Mas... é esta hipoglicemia que causa os sintomas de cansaço
e fraqueza. A dor de cabeça é causada pela diminuição da coagulação do sangue e
desaceleração do fluxo sanguíneo no cérebro. Por causa disso, os vasos
sanguíneos se dilatam, causando a dor de cabeça.
A
irritação das células estomacais (gastrite alcóolica) por causa da secreção
elevada de ácido clorídrico para a digestão do etanol é que provoca o vômito. Obviamente,
a sensação não é nada boa, porém é positiva, pois livra o estômago do álcool,
reduzindo as toxinas do organismo. Pode haver também diarreia e perda de
apetite devido a este fator.
A
fotossensibilidade, também um dos sintomas da ressaca (ou veisalgia), é devida
à debilidade do sistema nervoso causada pela intoxicação do álcool. Há a
excitação da retina, e ela se irrita com facilidade.
Vale
ressaltar que a rapidez da absorção do álcool pelas mucosas intestinal e
gástrica, pode alterar pela temperatura, presença de CO2 e de
alimentos, portanto, se alimentar antes de beber é importante, além do fato de
ter energia proveniente do alimento para ser gasta pelo organismo.
BÔNUS:
A
parte séria da história: o alcoolismo
Além
do coma alcóolico, citado no texto acima, há muitos outros fatos que devem ser
levados a sério e repensados. Um deles é o alcoolismo. O álcool é uma droga
responsável por um alto índice de alcoolismo, uma doença que certamente tem
característica genética (estudos ainda estão sendo realizados para confirmar
esta afirmação). Nos alcóolatras, o nível da enzima álcool desidrogenase
aumentam muito rápido, diminuindo os efeitos intoxicantes do álcool.
Consequentemente, os alcóolatras conseguem aturar um maior nível de etanol no
sangue, que seria fatal a outras pessoas. A segunda parte da reação (formação
do aldeído) é, assim como para todo mundo, o maior responsável pelos sintomas
de mal-estar.
O
alcoolismo traz consigo uma péssima alimentação, o que piora ainda mais a
situação, visto que como afirma Campbell e Farrell (2008), o álcool é uma fonte
vazia de calorias.
Fontes:
CAMPBELL,
M. K.; FARRELL, S. O; Bioquímica. Thomson: 2008, v.3, 5.ed.
sábado, 20 de julho de 2013
A foto do sanduíche é só para despertar uma euforia dos Ascaris lumbricoides (vulgo lombriga) dentro de vocês hahahaha
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Marcadores: IMAGENS
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Vale
a pena conferir o novo vídeo do canal Universidade Capenga no youtube,
apresentado pelo Sérgio, aluno do CsF. O vídeo fala sobre o assunto, e mostra
ainda como é o intercâmbio em uma universidade na Espanha.
Aqui no blog você pode conferir também uma entrevista com o Jonatam Crispim (autor aqui do Biomedicina em Ação), que foi aluno também do programa e fez seu intercâmbio na Finlândia. É só clicar aqui!
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Foto enviada por Tayson Mylon
Marcadores:
BIOMÉDICOS EM AÇÃO
3° período de Biomedicina - Universidade Paulista - UNIP. Goiânia - GO, Laboratório de Citologia. (Na foto: Tayson Maylon).
Quer participar do blog? Faça como o futuro biomédico de Goiânia, envie também a sua foto! Saiba mais clicando aqui
Hoje
(11 de julho) a presidente Dilma disse SIM À SAÚDE. A lei que regulamenta a
profissão do médico, o chamado Ato Médico, foi sancionada, trazendo
beneficiando a classe médica sem prejudicar outros profissionais da saúde. Isso
porque alguns artigos foram vetados, o que torna este um momento de comemoração
não só dos médicos, mas de todos os profissionais.
Entenda
abaixo o que foi aprovado, o que a presidente vetou, e o motivo pelo qual
biomédicos podem comemorar.
De
acordo com o Diário Oficial da União, publicado hoje, foram mantidos os três
primeiros artigos. O Art. 4º, que dispõe sobre as atividades privativas do
médico (motivo de polêmica, e com razão), sofreu vetos da presidente:
I
– formulação do diagnóstico nosológico e respectiva prescrição terapêutica; (VETADO) [...]
VIII
– indicação do uso de órteses e próteses, exceto as órteses de uso temporário; (VETADO)
IX
– prescrição de órteses e próteses oftalmológicas; (VETADO)
O
§2º foi também
vetado, e dizia o seguinte: “Não
são privativos do médico os diagnósticos funcional, cinésio-funcional, psicológico,
nutricional e ambiental, e as avaliações comportamental e das capacidades
mental, sensorial e perceptocognitiva.”. Entende-se com este parágrafo, que
apenas estas atividades não são privativas dos médicos, e para maior clareza,
ele foi retirado, não restringindo, portanto, a atuação dos outros
profissionais.
Para
os biomédicos, o § 4º que tratava dos procedimentos invasivos e suas
caracterizações era o mais polêmico. No entanto, entende-se que com os vetos
realizados, as habilitações de acupuntura e estética estão preservadas pelo
seguinte:
I
– invasão da epiderme e derme com o uso de produtos químicos ou abrasivos; (VETADO)
II
– invasão da pele atingindo o tecido subcutâneo para injeção, sucção, punção, insuflação,
drenagem, instilação ou enxertia, com ou sem o uso de agentes químicos ou
físicos; (VETADO)
III
– invasão dos orifícios naturais do corpo, atingindo órgãos internos. (MANTIDO)
Pelo
exposto, entende-se que os vetos foram necessários nos pontos onde se
caracterizavam os procedimentos invasivos referentes à acupuntura e estética,
mantendo o inciso III, que já era de competência do médico. É válida aqui uma
comparação com o que foi mantido no Art 4º, inciso III, referente a
procedimentos terapêuticos e estéticos, que novamente voltam-se à acupuntura e
biomedicina estética: “indicação da
execução e execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos
ou estéticos, incluindo os acessos vasculares profundos, as biópsias e as
endoscopias;” (MANTIDO). Aqui,
entende-se pelo veto do § 4º que ainda assim tais habilitações foram
preservadas, visto que SOMENTE os
procedimentos invasivos que atinjam os órgãos internos são privativos do
médico, como exemplo de procedimento estético, as cirurgias plásticas.
Outro
veto sensato da presidente Dilma é o que aparece no
primeiro ponto do Art. 5º do projeto,
que restringia o acesso a cargos de direção e chefia de serviços médicos apenas
aos médicos, impedindo que eles fossem assumidos por outros profissionais da
saúde.
Sendo
assim, vamos comemorar! Parabenizamos os médicos pela conquista da
regularização da profissão, e desejamos que isto seja o estopim de uma nova era
na saúde brasileira. Desejamos também, que num futuro muito próximo todos da
equipe de saúde possam se respeitar e se ajudar, como deveria ser.
Parabenizamos principalmente a todos que lutaram para que estes pontos fossem
vetados. A união de todas as classes de profissionais da área da saúde venceu,
mas que fique claro, é só um começo, mas que podemos aplaudir de pé.
Informe-se
mais:
Link
do Diário Oficial da União: Clique aqui
Bem-Estar: Clique aqui
Correio
Braziliense: Clique aqui
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Você
é desses desesperados com a bioquímica, ou super inimigo do Lehninger,
Campbell, Marzzoco e companhia? Conhece alguém que seja? Mas então pode vir,
porque a bioquímica não é tão vilã quanto parece.
Hoje
lançamos aqui no blog um espaço voltado para todos que odeiam a bioquímica, mas
também para uma interação com aqueles que a amam.
Funciona
da seguinte forma: você tem uma dúvida, clica na página “Espaço da Bioquímica”
e manda ela para nós. Nós vamos (tentar) te ajudar enviando a resposta para o
seu e-mail, e com isso você aprende, nós aprendemos, e todos ficam felizes,
porque as melhores perguntas ou as mais convenientes podem virar uma postagem
no blog.
Vale
lembrar mais uma vez: a maioria das perguntas serão respondidas por mim (autora
do blog). E como todos já sabem, eu sou uma mera graduanda de biomedicina,
amante de bioquímica e fisiologia (com um amor no modo “iniciante” da
microbiologia, uma paixonite por bioestatística... e é, está bom rsrs). Mas
como podem perceber, não sou especialista em nenhum destes assuntos, só curiosa.
Portanto, podemos errar.
Sendo
assim, vamos encarar este espaço como sendo uma “troca de ideias”, onde eu
ajudo vocês, e vocês me ajudam a estudar mais mandando perguntas!
Espero
que todos nós possamos aproveitar desta novidade do Biomedicina em Ação. Sejam
todos muito bem vindos, e que Lehninger torne-se nosso amigo.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
A
Horizon, revista da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal,
mais uma vez com o seu espaço aqui no Biomedicina em Ação. E esta semana, o
artigo é inédito! Em primeira mão, um pré-lançamento da próxima edição da revista.
Vale a pena conferir!
Desde
que começou a ler este artigo, já morreram mais de 40 000 átomos no teu
corpo!!!
Mas
vamos devagar... Como já se sabe, o corpo humano é feito de átomos, e estes por
sua vez têm um núcleo muito pequeno no centro – de fato, ele é tão pequeno que
se o átomo fosse a Terra inteira, o núcleo seria do tamanho de um campo de
futebol – e eletrões à volta dele que ocupam o espaço quase todo. Acontece que
alguns átomos têm núcleos suicidas (ou radioativos, como preferir). Estão
absolutamente normais e, de um momento para o outro, o núcleo atira uma
partícula para os vizinhos e morre, transformando-se em outro.
O
físico Neozelandês Ernest Rutherford descobriu, no início do século XX, que a
quantidade de átomos de um determinado tipo que morre em cada segundo é sempre
proporcional ao número de átomos que existem – o leitor mais atento notará que
esta quantidade deve então seguir uma lei exponencial – e a constante de
proporcionalidade é o inverso do tempo que os átomos vivem em média.
O
corpo humano é feito de vários tipos de átomos (especialmente Hidrogênio,
Oxigénio e Carbono) e alguns deles são mais instáveis que outros. O Carbono-14
(C14) e o Potássio-40 (K40) são dois tipos de átomos particularmente malucos e
aqueles que morrem mais frequentemente no teu corpo (ver tabela). Em cada segundo,
há cerca de 3 mil átomos de C14 e 5 mil de K40 morrendo. Ou seja, desde que
você nasceu já morreram dentro de ti vários biliões! Parece muito, mas
corresponde a milhões de vezes menos do que o número total de átomos que existe
num só cabelo.
Mas
se acha que então saber isto não serve para nada, está muito enganado!
Conhecendo este processo, e olhando para ossos de antigos animais, se soubermos
a quantidade de átomos radioativos que eles ainda têm, é possível descobrir...
a sua idade! E é também desta forma que se descobriu que a Terra existe há
cerca de 4 mil milhões de anos.
É
verdade... saber o ritmo a que os átomos do corpo humano morrem permitiu
determinar a idade da Terra, saber há quanto tempo viveram os dinossauros,
quando se extinguiram, perceber a evolução das espécies e descobrir que os
nossos antepassados viveram na água.. Nada mau, não é?
Isótopo
|
Quantidade
|
Tempo
médio de vida (S)
|
Atividade
(Bq)
|
C-14
|
8,4
x 1014
|
2,6
x 1011
|
3,2
x 103
|
K-40
|
2,7
x 1020
|
5,7
x 1016
|
4,7
x 103
|
FERREIRA, J. – Pré-lançamento
da 2ª edição da revista Horizon, de Lisboa, Portugal.
Facebook: Horizon
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sexta-feira, 28 de junho de 2013
Aconteceu
entre os dias 13 a 21 de maio a primeira edição dos “Minicursos de Inverno”, o
qual eu tive o prazer de trabalhar como monitora. Devido a compromissos da
Universidade, os minicursos tiveram que ser adiantados à data que se imaginava,
porém nada impediu com que fosse um sucesso. Devo meus parabéns à supervisora
de estágio Jessyka Farrah pela iniciativa, à coordenadora do curso de
biomedicina Ana Beatriz Rossetti Santos pelo apoio, aos alunos do 4º ano que se
empenharam para a realização do evento, e a todos os que estiveram presentes e
que sem dúvidas nenhuma abrilhantaram o evento.
Cada
minicurso teve a duração de 8 horas, dividas em dois dias, sendo composto por
aula teórica e prática. Os temas foram “Práticas em Urinálise”, “Preparo e
controle de qualidade de meios de cultura”, “Citologia Hormonal” e “Citograma
Nasal” (tema da pesquisa da aluna e ministrante deste minicurso, Raissa Lima). Durante
o evento, foram arrecadadas caixas de luvas que serão doadas à clínica
Esperança e Vida, que trata voluntariamente de pacientes portadores do vírus
HIV.
Abaixo
seguem fotos dos dias de minicurso:

Agradeço
a todos os envolvidos. Desejo que projetos como este tomem cada vez mais voz em
nossa Universidade, e que alunos empenhados em crescer profissionalmente nunca
deixem que isso se acabe.
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