A endometriose é uma doença que
acomete muitas mulheres, mas que ainda hoje é negligenciada e pouco estudada
pela comunidade científica. Isso faz com que as formas de diagnóstico sejam
escassas, e o tratamento lento e traumatizante.
![]() |
Créditos na imagem. |
Ela é caracterizada pela presença de
endométrio (tecido que reveste o interior do útero), fora da cavidade uterina,
ou seja, em outros órgãos da pelve, como trompas, ovários, intestinos e bexiga.
Se não tratada, as consequências da
endometriose podem variar, entretanto, as principais são a formação de
aderência nos órgãos abdominais, infertilidade e comprometimento de órgãos como
ovário, útero, bexiga e intestinos.
O comprometimento do útero foi o que
aconteceu com a tia de Georgia Gabriela, de 19 anos. Muito possivelmente você
já ouviu falar deste nome. Georgia é uma estudante brasileira, que saiu de
Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador, BA, e alcançou primeiro a
oportunidade de estar em Harvard, foi aprovada em 9 universidades americanas, e
decidiu por Stanford.
A estudante se interessou pelo assunto
quando viu a doença de perto, e então percebeu o quão pouco se fala na doença,
e que no Brasil, as pesquisas acerca do tema não são muito precisas e não
evoluem. Ela foi selecionada para um programa em Harvard, onde teve a
oportunidade de mostrar seu projeto a grandes pesquisadores da área. Também
através do seu projeto, foi selecionada em Stanford, e foi convidada a
ministrar uma palestra na conferência TED, que reúne grandes pensadores e
idealizadores de projetos, para contar de suas vidas em 18 minutos ou menos. O
trabalho da estudante consiste em encontrar uma forma de diagnóstico da
endometriose mais eficaz, acessível e invasiva.
![]() |
Georgia Gabriela, em palestra na conferência TED. |
Esta notícia da aprovação de uma
brasileira, vinda de uma cidade da Bahia, em 9 (!!!!) universidades americanas
não é nova. Mas a partir da história de Georgia, queremos chamar atenção para
alguns pontos.
O primeiro deles é a falta de
incentivo à pesquisa no Brasil. Quem acompanha o cenário científico brasileiro
sabe o quão precário e difícil é ser cientista por aqui. A começar pelo fato de
que cientista não é profissão, é um eterno “estudante”. Haja vista o grande
barulho causado pela neurocientista Suzana Herculano-Houzel (assunto para outra
postagem), que defende a profissionalização do cientista. Vemos trabalhos não
concluídos por corte de verbas, e grandes mentes saindo do país para fazer
ciência fora, onde o incentivo é maior (como a própria Georgia está fazendo). E
nós só perdemos com isso.
Outro ponto em questão é a força de
vontade. Aqui, destacamos o fato de sair da sua zona de conforto, e alcançar
lugares nunca imaginados, e com a humildade de olhar a realidade a sua volta.
Georgia está em Stanford pelo impulso que teve ao ver a sua própria comunidade,
e querer mudar.
É fácil ir todos os dias a uma
faculdade, sentar e ouvir o professor falar. Mas é importante pensar: “o que eu
posso fazer com todo esse conhecimento?”. Chega a ser egoísmo guardá-lo todo
para si. É claro que a história de Georgia é um tanto incomum de se ver, mas...
porquê não? De fato, é importante “pensar fora da caixa” para alçar voos
maiores. Não seja só mais um. Seja diferente!
Vale a pena conferir a palestra da
estudante Georgia Gabriela, na TED:
E querem um bônus? O Luiz Guilherme,
da página Vida de Biomédico, está nos EUA pelo CsF, e também teve a
oportunidade de estagiar em Harvard. Vale a pena conferir os vídeos no canal do
youtube: Luiz Hendrix.
Fontes:
Sou imensamente apaixonada por essa história e tenho uma admiração imensa por essa menina Geogia. So corrigir um detalhe do post, q o proposito dela e um diagnóstico menos invasivo!
ResponderExcluirObg adorei o post!!