Hoje
vamos de fisiologia! E nada mais justo do que falar sobre um evento de suma
importância para a nossa sobrevivência: o ciclo cardíaco.
O
coração é um órgão relativamente pequeno, mas de grande importância para a
manutenção de funções vitais do organismo. Considerado uma “bomba”, que ao se
contrair “bombeia” o sangue para a periferia, e ao relaxar se enche novamente
de volume. Tem como função básica garantir que o sangue chegue aos tecidos
periféricos e o aporte sanguíneo para os alvéolos de modo a permitir a troca
gasosa.
Anatomicamente,
encontra-se apoiado sobre o diafragma, perto da linha média da cavidade
torácica, no mediastino, a massa de tecido que se estende do esterno à coluna
vertebral; e entre os revestimentos (pleuras) dos pulmões. Cerca de 2/3 de
massa cardíaca ficam à esquerda da linha média do corpo. A extremidade pontuda
do coração é o ápice, dirigida
para frente, para baixo e para a esquerda. A porção mais larga do coração,
oposta ao ápice, é a base,
dirigida para trás, para cima e para a direita.
-> Átrios (as câmaras superiores): recebem sangue.
Átrio
direito: sangue rico em dióxido de carbono – venoso – por meio das veias cava
superior, inferior e seio coronário.
Átrio
esquerdo: sangue oxigenado, por meio de quatro veias pulmonares.
-> Ventrículos (câmaras inferiores): bombeiam o sangue para fora do
coração.
Ventrículo
direito: recebe o sangue vindo do átrio direito e expulsa o sangue por meio da
artéria pulmonar para os pulmões.
Ventrículo
esquerdo: recebe o sangue oxigenado do átrio esquerdo e expulsa para a circulação
sistêmica do corpo.
CICLO CARDÍACO

É
denominado Ciclo Cardíaco o conjunto de eventos que ocorre entre o início de um
batimento cardíaco e início de um próximo. Cada ciclo tem início quando é
gerado um potencial de ação espontâneo no nodo sinusal, localizado na parede
superior do átrio direito, próximo da abertura da veia cava superior. Este
potencial de ação se propaga do átrio direito até os ventrículos de tal forma
que ocorre um atraso de cerca de 0,1 segundo a passagem desse impulso dos
átrios para os ventrículos permitindo que os átrios se contraiam antes, colaborando
com o enchimento ventricular antes da sua contração. Isso faz com que tenhamos
um fluxo sanguíneo coerente, se não fosse assim, o sangue iria para qualquer
lado.
O ciclo
consiste então no período de relaxamento (DIÁSTOLE), momento no qual o coração
se enche de sangue. Logo após ocorre o período de contração (SÍSTOLE). A
duração total do ciclo cardíaco é a recíproca da frequência cardíaca, como por
exemplo, se a frequência cardíaca é de 72 batimentos/min, a duração do ciclo é
de 1/72 batimentos/min.
Normalmente,
o sangue flui de forma contínua, vindo das grandes veias para os átrios, e a
maior parte do sangue que entra (cerca de 80%) flui diretamente para os
ventrículos, mesmo antes da contração atrial, devido à diferença de pressão
entre as câmaras que faz com que haja a abertura das valvas atrioventriculares.
Sendo assim, os 20% do sangue que resta vai para os ventrículos através da
contração (sístole atrial). A complementação do enchimento é importante para
que haja melhoria da eficácia do bombeamento ventricular.
O
período de enchimento rápido é o primeiro terço da diástole ventricular. Ele
ocorre porque durante a contração (sístole) ventricular, grande quantidade de
sangue se acumula nos átrios direito e esquerdo, uma vez que as valvas
atrioventriculares estão fechadas. Assim que a sístole dos ventrículos termina,
as pressões ventriculares retornam aos baixos valores diastólicos, as pressões
moderadamente altas que se desenvolveram nos átrios durante a sístole
ventricular forçam de imediato as valvas atrioventriculares a se abrirem, e o
sangue então vai dos átrios para os ventrículos. Como já dito, somente cerca de
20% do sangue chega aos ventrículos através da contração (sístole) dos átrios.
Começa
então a contração isovolumétrica dos ventrículos, aumentando a pressão interna
dessas câmaras e promovendo o fechamento das valvas atrioventriculares. Quando
a pressão dentro do ventrículo esquerdo atinge um pouco mais que 80 mmHg (e a
pressão do ventrículo direito, pouco mais que 8 mmHg), as valvas semilunares (aórtica
e pulmonar) são forçadas a abrir. O sangue começa então a ser lançado para as
artérias.
Assim,
depois que o sangue é lançado para as artérias, inicia-se de imediato o
relaxamento isovolumétrico dos ventrículos, diminuindo a pressão dentro dos
mesmos. Diferente disso, as artérias estão recebendo grande pressão, e isso acaba
causando o fechamento das valvas aórticas e pulmonar. Nesse momento, a pressão
intraventricular diminui e as valvas atrioventriculares se abrem para receber
mais sangue.
E aí...
o ciclo recomeça!
Por hoje
é só! Mas fique de olho no blog, porque ainda teremos aqui uma complementação
deste assunto. Nos próximos dias falaremos sobre pequena e grande circulação, a
função das valvas atrioventriculares e semilunares, e as bulhas cardíacas.
Bibliografia:
Hall, John E. (John Edward), 1946 –
Tratado de Fisiologia Médica [recurso eletrônico] / John E. Hall; [tradução
Alcides Marinho Junior – et al.]. – Rio de Janeiro : Elsevier, 2011.
Como sempre, vai um vídeo super bacana para ajudar na compreensão!