Estive
em um curso na semana passada no Instituto Adolfo Lutz de Campinas
(IAL-Campinas), sobre Capacitação em Biossegurança. Uma das palestras foi sobre
vivência em um laboratório de nível III, de tuberculose. Um dos pontos
interessantes da palestra foi quando tratou-se de uma forma um tanto inusitada
de diagnóstico da tuberculose.
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Imagem adaptada: G1.com |
Na
cidade de Maputo, capital de Moçambique, no sudeste da África, uma espécie de
roedores foi treinada para o diagnóstico primário da tuberculose. Isso acontece
desde 2013, e os ratinhos (nem tão pequenos assim), carinhosamente apelidados
de “HeroRats” (ou “ratos heróis), foram responsáveis por detectar cerca de 1.182
casos da doença.
Este
é um projeto que teve início na Tanzânia, pela organização belga chamada Apopo.
Esta organização se dedica ao desenvolvimento de métodos de diagnóstico usando
ratos treinados, por ser um método mais rápido e barato. No caso dos HeroRats,
há uma precisão de 80% e 20 vezes mais rapidez no diagnóstico.
Os
HeroRats são treinados para associar o som de um clique com uma recompensa em forma
de comida, e logo depois, sentem o cheiro característico do Mycobacterium tuberculosis, a bactéria
causadora da doença, e se familiarizam então para detectar a bactéria em
amostras de escarro humano.
Quando
o ratinho detecta a bactéria, sinalizam aos profissionais mantendo o nariz por
pelo menos 3 segundos no buraco com as amostras de escarro. Sempre que indicam
uma amostra positiva, ganham banana ou amendoim como recompensa. E o interessante
é que eles sabem exatamente em qual das amostras ele parou!
Esta
postagem não visa tratar sobre os assuntos bioéticos envolvidos, e nem o fato
da chance de o animal ser contaminado e se há possibilidade de transmissão. Mas
vale uma discussão acerca disso.
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