A coagulação sanguínea é um processo
importante para a manutenção da integridade vascular, e em condições normais,
ocorre sempre que há ruptura e sangramento. Há então a formação de coágulo (ou
tampão plaquetário em rupturas pequenas) a fim de cessar o sangramento.
O sistema hemostático contém os componentes
envolvidos no mecanismo de coagulação, e são responsáveis por regular a perda
de sangue e ao mesmo tempo, a formação de trombos intravasculares, que podem
ocorrer a partir da formação excessiva de fibrina. Tais componentes são as
plaquetas, os vasos, as proteínas da coagulação do sangue (fatores de
coagulação), os anticoagulantes naturais e o sistema de fibrinólise.
A cascata de coagulação foi proposta em 1964,
por Macfarlane e Davie & Ratnoff, e é conhecida como “cascata”, pois ocorre
de forma sequencial, resultando na formação de trombina que converte o
fibrinogênio em fibrina. Inicialmente, houve uma divisão do processo de
coagulação em duas vias: intrínseca e extrínseca, sendo que cada uma delas, era
composta por um determinado grupo de fatores.
Na via extrínseca, o fator
VII plasmático (na presença do seu cofator, o fator tecidual ou tromboplastina)
ativa diretamente o fator X. Na via intrínseca, ativação do fator XII ocorre
quando o sangue entra em contato com uma superfície, contendo cargas elétricas
negativas (por exemplo, a parede de um tubo de vidro). Tal processo é denominado
“ativação por contato” e requer ainda a presença de outros componentes do
plasma: pré-calicreína (uma serinoprotease) e cininogênio de alto peso
molecular (um cofator não enzimático). O fator XIIa ativa o fator XI, que, por
sua vez, ativa o fator IX. O fator IXa, na presença de fator VIII, ativa o
fator X da coagulação, desencadeando a geração de trombina e subsequente
formação de fibrina. (Franco, RF. 2010 – sobre a via
intrínseca e extrínseca).
Entretanto, atualmente esta divisão é
entendida como inadequada, já que não ocorre in vivo, e a noção que se tem dos fatores de coagulação foi
modificada a partir de trabalhos posteriormente publicados, como o de Chapel
Hill, na Carolina do Norte. Hoje, entende-se que as duas vias são estimuladas
em conjunto, não havendo separação nítida entre elas, e que há uma grande participação
celular neste processo.
Para descomplicar e facilitar o entendimento
assista a um vídeo do Canal Academia de Ciência sobre o processo de coagulação:
Fontes e mais informações:
FRANCO RF. Overview of coagulation, anticoagulation and
fibrinolysis. Medicina, Ribeirão Preto, 34: 229-237, july/dec. 2001.
SIQUEIRA C. Fisiologia da coagulação. Rev SOCERJ, v, XIV, n 1.
Vídeo: Academia de Ciências.
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